5 regras para o Natal. Ou então esquecê-las e beber… o que nos dá mesmo prazer! Feliz Natal!
Bom, chegou o Natal, aquela altura tão especial em que todos somos um pouco mais exigentes em torno do que se come e do que se bebe. Aqui em casa não há grandes regras, mas existem pelo menos 5 pontos que orientam um pouco a escolha dos vinhos. Fica a partilha. Mas já sabem: seja branco, tinto ou outra coisa qualquer, o mais importante é – mesmo! – que bebam aquilo que vos dá mais prazer. Feliz Natal!
Então vamos lá às regras da casa:
1- Nunca beber vinhos meus!
É um ponto de ordem, uma questão de princípio, no Natal não entra um vinho meu. Por todas as razões, profissionais e não só! Já tenho a conta de mim mesmo ao longo do ano, certo?
2- Espumantes! Champagnes! Sim!
Ora bem, pensem nos bons espumantes e nos champagnes para os momentos nobres, mas também para a mesa. Dica: lá para Outubro ou Novembro aparecem aquelas boas promoções online e faço logo aí as compras para o Natal. E atenção aos espumantes portugueses, cada vez melhores! Às vezes até com uma rabanada ao pequeno-almoço! A sério!
Este ano:
Vértice Gouveio – um dos grandes espumantes de Portugal, feitos pelo mestre Celso Pereira.
Murganheira Vintage – O que dizer? Esta casa faz espumantes de nível mundial. Ponto!
Pol Roger Brut Reserve – Aquela máquina, aquele champagne que nunca falha, numa belíssima relação preço-qualidade.
Bollinger Edition James Bond 2011 – Pois este já não é um champagne qualquer. Edição comemorativa do último filme e do 40º aniversário James Bond; como a minha mulher sabe que sou fã, quer dos filmes quer da casa Bollinger, eis que me ofereceu uma bela garrafa. Que tem uma das caixas mais bonitas que vi. Para abrir neste Natal, claro!
3- O bacalhau é como um homem quiser. Mas para mim é com branco!
Pois, o Natal lá em casa faz-se maioritariamente com brancos, brancos com estrutura, os chamados brancos de Inverno. A regra do bacalhau de dia 24 – cachaços Riberalves cozidos por mim, por razões óbvias! – faz muito mais sentido se for com um branco, com complexidade e alguma acidez, para se bater com o peixe, a gordura do azeite, os ovos cozidos… Mas sim, claro, haverá sempre uns tintos especiais preparados, até para aquele tio que acha que vinho é tinto, sempre, para os queijos e tudo! Aí é deixá-lo andar, que o vinho é o momento de cada um!
Este ano:
Porta dos Cavaleiros Dão branco 1984 – um dos melhores segredos de Portugal. Vale mesmo a pena ir até à Bairrada, parar nas Caves São João e atestar o carro com vinhos antigos de uma casa única! E há sempre um leitão logo ali ao lado…
Mira do Ó Arinto Reserva 2016 – Um grande, perdão, um extraordinário Arinto de Bucelas.
Luis Pato, Vinha Formal Parcela Cândido – 100% Cercial, uma enormidade de vinho, um dos vinhos que mais me surpreendeu este ano!
Buçaco branco 2008 – um entre vinhos míticos, com o nome do famoso hotel, brancos com uma extraordinária capacidade de envelhecimento.
Branco da Gaivosa Grande Reserva 2012 – declaração de interesse: sou um grande fã deste produtor duriense, onde tudo o que se faz é bom e com caráter. Este branco é um vinho imenso!
4- Finalmente, os tintos.
Está visto que grande parte dos tintos fica para dia 25, porque vai haver o Peru recheado da tia e, ao jantar, o cabrito assado. Sim, os tintos têm o seu tempo! Mas, até lá, como é que passamos pelas entradas, pelos os queijos e pela roupa-velha? De espumantes e de brancos, claro! Quando chegamos aos tintos, a regra é, sempre, a da elegância. Por isso, preferência total aos rótulos que nos dão autênticas lições de evolução e de classe!
Este ano:
Quinta do Mouro 2012 – pois, há sempre um clássico alentejano!
Quinta do Monte Xisto Douro – uma nova estrela do Douro feito pela família Nicolau de Almeida.
Quinta de Bageiras Garrafeira 2009 – de nível mundial!!!
Pancrudo 2015 – Um tinto espanhol, da Rioja, que muito me diz e onde costumo regressar nestes dias especiais.
Indie Douro 2014 – um dos tintos que mais me surpreenderam nos últimos anos. Muito elegante, um Douro cheio de caráter e elegância.
5- Porto! Temos que beber Vinho do Porto!
Somos Portugueses, temos um património incrível de Porto e temos que o defender. Os dias 24 e 25 acabam sempre com um Porto, normalmente um vintage, a acompanhar as sobremesas típicas da quadra. É uma harmonização sempre perfeita!
Este ano:
Taylors Vintage 1980 – sem comentários!
Kranemann Tawny 20 anos – afinal, às vezes bebo um dos meus vinhos; neste caso só porque é perfil de Porto tão distinto, tão seco e fresco, que faz mesmo falta na mesa. Além disso podia bebê-lo todos os dias…
Divirtam-se e, acima de tudo, esqueçam os enochatos! Bebam os que vos der prazer!
Saúde! Feliz Natal!!